Proprietário e Propriedade – Meditando em I Coríntios 7.4

Certa feita um casal me procurou porque passam por uma crise em seu casamento. Mesmo após muitos anos de casamento, eles ainda não tinha entendido... Entre as muitas coisas que disseram, uma me chamou a atenção: argumentavam que não eram donos um do outro, e portanto, deviam seguir a vida no que chamei de vazio da solidão a dois. Aquilo me chamou a atenção porque eles ainda não haviam se dado conta da beleza dos ensinos das Escritura capazes que trazer ao lar do cristão paz e tranqüilidade vindas àqueles que obedecem as recomendações da lei de Deus.

Paulo, o apóstolo, na primeira carta que escreveu aos Coríntios usou um argumento que me chamou a atenção. Justamente o que traria paz àquele casal, o que pode trazer a muitos casais hoje é o que pode fazer toda a diferença!

Lendo aquele texto, percebi que o casamento é uma escolha consciente de se abrir mão da liberdade sobre si, e uma livre entrega ao outro...

Se podemos, por um lado, ver que somos propriedade do cônjuge, podemos igualmente fazer valer o inverso e ver, espantados, a beleza e a riqueza do ensino paulino. Somos propriedade e proprietários!

Temos a responsabilidade um pelo outro. Nós temos o sagrado encargo de cuidar e preservar destes bem preciosos que Deus mesmo nos entrega à mão. Este realidade é tão sublime que levou Salomão a expô-la em seus versos. Ele diz: Cantares 2.16 – “O meu amado é meu, e eu sou dele...”

Ser o proprietário um do outro não é coisa de somenos importância. Vocês que são casados devem entender corretamente o grau de responsabilidade que esta posição de proprietário lhes traz. Deus é o criador de tudo quando há e existe. Ele é por conseqüência o proprietário por direito de tudo. Mas Deus não “usa” as coisas que criou. Assim como não ordenou ao homem que fizesse. Depois de haver criado tudo, colocou toda a criação sob responsabilidade do homem. Ele diz: eis que tudo quanto eu fiz está sob sua responsabilidade! Você é o mais novo proprietário do mundo... O homem foi feito para potencializar as qualidades ocultas na criação. Fazê-la prosperar, crescer, desenvolver-se.

Deus, o supremo dono, nos escolheu para cuidarmos das obras de suas mãos. Ele olhou e disse: é boa! Mas confiou ao homem seus cuidados. Certamente que não espera que usemos a criação sem consideração, imoderadamente, sem respeito, sem zelo. Ele deseja que o façamos tal como ele faz conosco, que nos ama, cuida, preserva e sempre que nos aborda, o faz em amor!

Deus olhou para o casal, em Adão, e disse que era muito bom! Veio o pecado e transtornou a vida como um todo, inclusive a conjugal. Mas agora, ele pega a Noiva e o Noivo, obras de suas mãos, recriados em Cristo e diz: toma, é teu; cuide bem para minha glória!

No casamento a analogia segue-se de igual modo: fomos colocados no casamento para potencializar as qualidades um do outro, fazê-lo prosperar, crescer, além de inibir as manifestações pecaminosas um do outros, também treinar a abordagem em amor com vistas à glória do Criador e Redentor de ambos!

Se nos déssemos conta da preciosidade que temos nas mãos quando nos casamos e do grande privilégio e responsabilidade que é ser propriedade e proprietário um do outro... Na prática isso significa que vocês devem fazer o máximo um pelo outro, pois são os donos, os responsáveis por zelar pelo seu patrimônio... Ter o domínio um do outro nunca poderá ser usado de maneira egoísta, em benefício unicamente próprio. Nunca uma atitude do tipo: “olha lá, ein, você me pertence, você é minha/meu!” poderá ser vista. Agindo assim, vocês demonstrarão não ter entendido o Texto Sagrado. Mas se quando a os cônjuges aprenderem a ser corteses e respeitosos um com o outro, souberem entender os dilemas pessoais um do outro, quando se respeitarem, cuidarem e zelarem, poderão dizer um para o outro em explicação: é que você me pertence... cabe a mim zelar por ti! É uma grande benção e privilégio, do tamanho da responsabilidade. Vocês são agora um do outro. E irão confirmar esta realidade através de votos solenes, diante de Deus... Que Deus nos ajude a cumprir esta sagrada responsabilidade!