A queda dos Gigantes
"É a queda do
gigante.." A frase não me saiu da cabeça. Dita por uma amigo,
com lágrimas preocupadas, ele falava de quem tínhamos admiração, mas agora está com a saúde fragilizada. Me
dei conta que para mim ele também era um gigante, e vê-lo doente também me
esmoreceu. Para ele um pai, para nós um mestre, um verdadeiro gigante na fé,
cuja saúde abatida nos entristecia. Embora eu o imaginasse com aquele típico
sorriso receptivo de quem já viveu e aprendeu a ensinar com o ar e sabedoria de
avô.
Me pus a questionar porque
nos abatemos tanto quando os gigantes caem.
Pode ser porque Deus queira
mostrar sua grandeza na fraqueza dos seus servos. Aprendi com o constrangimento
da minha fala uma lição importante a este respeito. Disse a um amigo, também
pastor: "Fulano é um grande servo de Deus". Prontamente ele me
corrigiu: "Se alguém é servo, não pode ser grande. E quem é, se diminui
para servir..." Como o prego só útil quando martelado, tive que dar graças
a Deus pela martelada em amor do amigo pastor.
Aos nossos olhos, o pequeno
fica grande, quer sejam problemas, dificuldades, bênçãos e até... pessoas. A
grandeza que vemos em certos servos não vem deles mesmos, mas procede daquele
que concede a fé. Sim, o que há de grande neles é o Deus a quem servem, visível
quando somos servidos por eles em seus dons.
Martelado pela vida e pela
doença, assistimos, impotentes, a dor e a dificuldade, lutando para descansar
naquele que detém todo o poder nas mãos, inclusive o de mudar a situações
presente, nos dando de presente a recuperação.
Se o gigante está certo,
então é certo que "a dor não passa, mas Deus fortalece as costas para que
suportemos o peso". E mesmo para quem sabe que a graça é maior que a vida,
perceber a graça suficiente de Deus em momentos de provação e dor é difícil. A
lição terá que ser aprendida por quem Deus quer ensinar. Como mãe que quer
passar a dor do filho para si, mas não pode, não podemos aprender a lição do
outros, nem pelos outros. Mas como irmãos, podemos esticar o braço virtual, na
realidade da fé de quem nos une numa só família, e abraçar o coração dorido do
outro e compartilhar as fraquezas, para formarmos um coro de louvores quando
Deus der a vitória, ou chorarmos juntos a dor do outro, "como se fosse
você..."
Minha oração é para que Deus
fortaleça os de perto, família de sangue e fé, para que enfrentem os momentos
de incerteza certos do Deus a quem servem. Peço também que os de longe, família
também, na fé que une, aprendam e compartilhem para que o nome do Deus da graça
suficiente, da vontade perfeita e agradável, seja glorificado hoje e sempre, em
nós, grandes e pequenos, mas todos filhos do mesmo Pai celeste.
Encerro esta breve
meditação, pensando nas palavras do gigante: "Ainda que a vida esteja
frustrada pelo pecado e doa na carne, Deus é uma presença agradável, neste e do
outro lado da eternidade. Viver, por um segundo que seja, é bom; e, morrer,
para nós, é Cristo"
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