De Liberum Arbitrium (I)

O que é?

Livre arbítrio só é um problema para filósofos e teólogos. Eles é que têm dificuldades de definir o que seja isso. As pessoas normalmente sabem do que se trata quando as palavras “livre arbítrio”aparecem. Simplesmente que “eu posso dirigir a minha própria vida pelas minhas próprias escolhas sem interferência externa”.

Livre arbítrio é a afirmação metafísica a respeito de se a faculdade de escolha é causada ou não, ou melhor, é a crença, falaz, de que a vontade humana teria o poder inerente de escolha com a mesma facilidade entre alternativas.

No campo da religião não há muita margem para a especulação, tão comum nos campos da filosofia. A religião parte de um pressuposto diferente: revelação!

Como a religião adentra em todas as áreas da vida, exercendo seu poder de influência legítima, toda idéia ou concepção deste assunto e qualquer outro, filosófica ou religiosamente, tem de derivar seu pensamento teórico de abstrações legítimas da Bíblia, a Palavra revelada de Deus! Portanto, quando falamos de livre-arbítrio, poderemos falar tanto do ângulo “fulano pensa assim enquanto siclano pensa diferente”, ou podemos submeter a questão ao escrutínio bíblico.

A escolha correta é a submissão do assunto ao microscópio escriturístico, que revelará, sem muito esforço, as incoerências da teoria, mesmo que ela tenha sua versão cristã.


O acaso mora em nós!


Seria a vontade livre de causação? As respostas não variam quando se sai em defesa do livre-arbítrio. É comum encontrar quem defenda e creia que a vontade humana é capaz de livrar-se das influências ao seu redor e ao seu dispor. Digo isto porque a mente, que é interna, oferece também alternativas à vontade, que ou às ignora ou segue, conforme o seu... querer (!?). Isto significa que nada tem capacidade determinante de dirigir a vontade.

A vontade humana, conforme este sistema e teoria, é automovida, autocausada e espontânea. O problema mais sério aqui é que essa espécie de espontaneidade é indistinguível do acaso. O que leva a vontade a decidir tão firmemente entre uma escolha e outra, se ambas têm igual peso e valor, e a vontade não pende para nenhuma nem outra? Se ela não é causada, ela é puramente acaso.

O que isto significa? Simplesmente, que estaríamos, então, validando a falsa teoria de que é realmente possível o “acaso nos proteger quando andarmos distraídos”! Afinal, a vontade é serva do acaso, movendo-se imprevisivelmente em direções que nunca poderemos determinar.

Comentários