De Liberum Arbitrium (II) - Vontade livre: qual é o problema?


Uma concepção de realidade assim não responde ao problema do caráter. O acaso não pode determinar o caráter. Wright, em Soberania Banida, deixa claro que o caráter, ao qual todos somos aguilhoados a discernir entre um e outro como bom ou mau, é a expressão da moralidade em meio à pressão.


Ele diz que pessoas de “bom caráter” são aquelas que “podem ser confiáveis para fazer o que é certo, mesmo que estejam debaixo de forte influência para fazer o que é errado”. E avalia: “Imagine se o acaso movesse a vontade para indistinguíveis direções, tornando a pessoa imprevisível!” Como confiar? Como interagir com uma pessoa assim? Nós as conhecemos como loucas, transtornadas, e coisas que tais.


Então, concordamos com o resumo de Wright: “Em outras palavras, se a vontade é meramente espontânea em sua ações, caráter algum poderia ser formado.”Os atos da vontade são expressões do caráter, reafirmo.


Se o livre arbítrio é uma força independentemente na alma, será fácil esquivar-se da responsabilidade pelas “vontades”que temos, sejam elas as mais esquisitas ou tenebrosas.


Eis a encruzilhada em que se encontra a humanidade moderna: durante anos lutaram para tentar derrubar a idéia de um Deus soberano que governa o universo, até proclamarem a independência da morte – na vil tentativa de promulgaram idéia de que “Deus está morto”, o homem é quem permanece morto em seus delitos e pecados. A responsabilidade estava, pensavam, nas mãos de seres humanos independes de Deus e livres de seu escrutínio.


O grito de liberdade foi tão alto e intenso, que a vontade humana se libertou das amarras da alma, se tornando uma força independente. O problema? Enquanto a vida vai bem, aparentemente nenhum! Até que uma notícia qualquer, revoltante, é mostrada e, confusos, publicamos artigos sobre artigos, a respeito de nossa dificuldade de decidir se somos responsáveis ou não pelos ATOS daquela vontade que emancipou-se de nosso controle....


Comentários

Anônimo disse…
Seus textos são razoáveis...rs
Gostei muito da explicação do nome para o seu blog.
Estou aguardando o texto sobre ética digital. Assim que postar, avise!
Abração e que Deus o ilumine!