Horário Nobre, Novela Probre - um desabafo!

Com o sucesso da novela do horário nobre na rede de televisão Globo, somado ao fato de que o sucesso carrega uma dose forte e explícita de idolatria, as críticas se avolumam. A moda sofre influência, e agora as nossas mulheres passam a ser semelhantes às deles, usando roupas indianas e outros apetrechos típicos. Os adereços mudam, os penduricalhos indianos tomam força e logo vemos nossas jovens e nossos moços, à frente das igrejas, como sempre estiveram, mas agora se parecem mais como hindus. Os rapazes, na verdade, lembram mais os antigos "punk's" dos anos 80, com cristas no alto da cabeça que fariam qualquer pássaro esvoaçante sentir inveja. Em nossa igrejas eles formam casais pitorescos: A indiana e o "pica-pau" heavy metal.
Graças a Deus a moda passa, sempre passa. Logo teremos outra onda e novos (que na verdade serão antigos) adereços, trejeitos, corte de cabelo e coisas que tais, retornam e fazem a moda do presente, com ar de futuro...
Mas a novela está aí, não passou ainda, e os perigos rondam...
Enquanto meditava sobre isso, fui almoçar com a esposa numa lanchonete, e na Tv vimos a reprise de uma dessas novelas da rede Globo. Aquilo me consternou, até porque se anunciava, repetidas vezes, antes da novela começar, que se poderia ver de novo um grande sucesso, que estava de volta.
À noite, quando a novela da vez passava, (ainda não solucionei o problema da antena que me mantém refém do canal) lembrei-me que as novelas de horário nobre, que passam cada vez mais tarde - diga-se de passagem, tinham públicos diferenciados e portanto classificação etária um tanto quanto alta; se não me engano, 16 anos!
Estalou! Meu Deus, como o sistema de catequese, educação e discipulado da rede de televisão era fantástico! Fantasticamente diabólico, porém sagaz!
A novela com conteúdo mais maduro passava à noite, quando se pensava estar privando as criancinhas, dando conteúdo adulto aos adultos... Mas meses depois, a mesma novela, com o mesmo conteúdo, passa após a inocente "sessão da tarde". Me lembro da minha infância e o quanto esperava para ver aquele filme que não pude ver à noite, mas que sabia que mais cedo ou mais tarde ele chegaria à sessão da tarde... demoraria, mas chegaria.
A paciência do mal em se mostrar, e sorrateiramente ir mudando de horário e ganhando espaço em mentes mais juvenis... fiquei impressionado; e não somente com o fato em si, mas, sim, com o fato de que ninguém se aprecebe de que a coisa está mudando e a cada dia ficamos mais tolerantes com o mal porque alguém resolveu compartilhar aquilo que o manto da noite um dia encobriu!
Não demorará, Caminho das Índias passará à tarde, quando os pais estarão trabalhando e as crianças em casa, passam o tempo assistindo a novela antes de ver seu inocente filme infantil...
Os cristãos, reativos, se lançam às críticas, enquanto buscam no mesmo latão de lixo a que chamam de "mundo" maneiras de ganhar os jovens que vêem perdendo com o passar do tempo. Talvez tenhamos que aprender com os globais como usar o tempo a nosso favor, em lugar de querermos tudo tão imediatamente. Satanás não tem pressa, nós sim! Chamamos isso de senso de urgência, mas não é não. Se fosse, teríamos que ter atitudes mais concretas e diferenciadas. Talvez o nosso senso de urgência devesse nos levar a planejar medidas mais eficazes, à longo prazo, como fazem os homens maus, para ganhar a geração que vem vindo, e nos encontra perdidos, atarantados e ofegantes de tanto correr atrás do vento...
A moda passa, e a juventude da vida também, tudo é vaidade! No futuro, quando a sessão da tarde trouxer, de novo, à lume as tristezas do horário nobre, o que teremos feito para guardar o coração, nosso e de nossas crianças?