Vejam só: O papel de Deus no Maremoto Japones
A afirmação de que Deus, alegando um pretenso amor, abrira mão de sua onisciência e onipotência para se relacionar conosco é falsa por ser tola. Se houvesse um "deus" que detivesse o poder nas mãos, tanto de saber o futuro, quanto de alterá-lo, e alienado por volutariedade, abrindo mão de suas prerrogativas divinas, deixasse e visse, vez após vez, as catastofres acontecendo e não tomasse as rédeas destes mundo por qualquer motivo que fosse, e ainda por cima indicasse que estes motivos estão enraizados em um suposto amor por mim, eu não acreditaria nele! Como pode um Deus amar uma humanidade sobre quem se recusa governar?
Deus Governa Soberano
Amor e governo estão ligados. Paulo quando indica que o homem deve amar sua esposa por ser seu cabeça, ele aponta para Jesus e seu relacionamento com a igreja. Seu governo sobre a Igreja é uma demonstração de seu amor, quer no passado, quando a si mesmo se entregou, que no presente, operando sua santificação, quer no futuro, quando a esta receber em glória e honra imaculadas. (Confira Efésios 5. 22 em diante)
Banir e soberania não torna Deus amorável, torna-o cruel! Observe meu ponto: Se meu pai ou mãe tivesse o poder de me impedir de sofrer e não o fizesse ou que deixasse o sofrimento acontecer sem ter para ele nenhum objetivo, lição ou aprendizado, eu não entenderia como um ato de amor. Mas se o sofrimento fosse parte de um plano maior que me conduzisse através deste espinhoso caminho rumo a um estado de espírito mais maduro, forjado como que pelo fogo, e cujo fim fosse proveitoso, eu poderia ainda que temporariamente duvidar, mas recuperaria o foco e aliviado poderia louvar aquele que esteve comigo, mesmo quando andava no vale da sombra da morte!
Mas esta alegações são lógicas e podem ser esfaceladas se não forem subsidiadas por uma base mais sólida que meus reles argumentos. Uma base bíblica é necessária!
Afinal, Deus é soberano? Sim, ele é. Sobre esta assuntos jamais um cristão deveria nutrir dúvidas. Deus não foge dos fatos e não carece de nossas desculpas esfarrapadas para defendê-lo. Deus não foge do fato de ser ele a razão última e primeira de todas as coisas (Isaías 45.1-7). Ele é tanto o criador como o sustentador de tudo o que existe (Gênesis 1; Hebreus 1, João 1 por exemplo)
Conforme o disse no programa "Vejam só", Deus em Isaías deixa claro que que todas as coisas estão debaixo do seu controle. No capítulo 45 do livro de Isaías, o profeta revela que o plano de Deus é levantar um rei persa para a salvação futura de Israel. Fato que traria muita vergonha para os israelitas, pois a pergunta óbvia para eles seria: "Não há ninguém em Israel para a missão, que se necessite de um estrangeiro que não teme ao Senhor para tanto?" Lamentavelmente a resposta era um retumbante "sim!". O texto segue anunciando que muitas coisas grandiosas se seguiriam, e o que se depreende do texto é que estavam inclusas, como plano de salvação, as catástrofes que a dominação persa poderia gerar, e as muitas vidas que poderiam ser ceifadas! Não obstante, o profeta deixa claro que o Senhor tinha dito que os motivos para tanto seriam seu amor por Jacó, seu escolhido (vs.4) e para que seu nome fosse conhecido em toda a terra como o Deus soberano que faz todas aquelas coisas (vs. 6 e 7). No verso final deste episódio, o verso 7, Deus deixa claro através de Isaias que Ele é o Deus que governa quando tudo vai bem e quando tudo vai bem mal... e isto fica claro pelo uso das palavras Shalom e Rha. Shalom é mais que paz, é harmonia completa de todas as coisas; é como as coisas deviam ser! Rha é mal, e a corrupção do Shalom e sua quebra, é quando dizemos: "Não era pra ser assim..." É como se Deus dissesse a Isaías e a nós: "Eu opero ativa e deliberadamente, levando meu bom e gracioso plano através de todos os acontecimentos no mundo, sejam bons, sejam aparentemente ruins, eu o Senhor faço todas estas coisas". O objetivo destas palavras é dar tranqüilidade para o coração crente no dia mau (Efésios 6.13). Você já pensou se fosse verdade que Deus abriu mão de governar direta, intencional e soberanamente Sua criação?
Não podemos nos esquecer das palavras de Jesus, que nos garantiu que neste mundo teríamos aflições! Mas ao que tudo indica, os defensores da Teologia Relacional deliberadamente esquecem disso e também que Ele é o único capaz de conceder livramento e alguma esperança de paz! (confira: João 16.33; Salmo 34.19; 1 Coríntios 10.13; Obadias 1.17) Além disso, se esquecem de episódios como o Dilúvio (Gênesis 6 em diante), Torre de Babel (Gênesis 11), do exemplo de Jó (vide livro do mesmo nome), das desgraças que cercam a história de José no Egito, (Gênesis 37-46), e outras tantas tribulações de cooperaram para a história da salvação e o aparecimento de Cristo Jesus, e o episódio intrigante entre Ele e Judas! Diante de tantos exemplos bíblicos, por que alguém deveria presumir que Deus está debaixo de qualquer obrigação de tanto evitar os males como eliminá-lo, tão logo eles surjam?
Perguntas e pressupostos
A questão principal não foi levantada ainda. A questão fundamental não é a pergunta feita, mas sim qual é o pressuposto daquele que levanta o questionamento? Eis o que penso serem os pressupostos certos que, se levantados em conta, minam estas perguntas aparentemente sem respostas, de tal forma que retirar delas a razão de ser:
1) Vivemos num mundo hostil. As pessoas se esquecem facilmente que estamos vivendo fora do Éden. Este fato não pode nos fugir da memória, porque a vida foram do paraíso, como a propria frase indica, não é uma maravilha mesmo. Mas o agravante está nas palavras proferidas por Deus a Adão. "E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás. (Gen 3:17-19 ARA). Já esquecemos que por causa da condição humana e sua desobediência Deus subjugou a terra a angústias que a faz gemer aguardando ardentemente que Cristo volte a a tudo restaure? Se esquecemos, já passou da hora de verificar o que Paulo diz em Romanos 8.19-23!
2) Vivemos entre e somos pecadores. O salmista no Salmo 51 nos confronta com a verdade: Não somos pecadores porque cometemos pecado... Cometemos pecados porque somos pecadores! (Salmo 51.5) Não é somente o fato de que nós mesmos padecemos do mal do pecado e mortos estamos em nossos delitos até que o gracioso Deus venha e nos conceda vida com base nos merecimentos, vida e obra de Jesus Cristo; mas também que vivemos numa rede social onde todos compartilham dos mesmo males e mazelas. Somos maus por natureza e nosso pés são ávidos para maldades (Isaías 59.7; Romanos 3.10). Como podemos dizer, diante de um Deus Santo, que não contempla o mal (Habacuque 1.13), que humanos pecadores, maus e desobedientes merecem tempos de paz e bonança, quando sabemos que a injustiça corre solta e nos afogamos em Tsunamis de impunidade e pecados?
3) Deus não está feliz conosco. A conclusão óbvia é que Deus não está satisfeito conosco. Este é um dos motivos pelos quais enviou seu próprio filho para nos salvar. A fim de que houvesse alguns de nós nos céus, com ele, enviou seu filho eterno no tempo para nos redimir. Não foi a nós, mas ao seu Filho perfeito e santo que Deus o Pai endereçou as palavras: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. (Mat 3:17; 17.5; 2 Pedro 1.17 ARA). Deus não se agrada de nós, porque são, o nosso melhor e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia (Isa 64:6 ARA). Deus, soberana e graciosamente, mandou seu filho, Deus como Ele, para que encarnado, homem como nós, através dele e de seus merecimentos, Ele Deus Pai fosse satisfeito e por Ele Deus filho, Cristo Jesus, e então houvesse paz entre Deus e os homens (Romanos 5.1,8)! Se somos aceitos por Deus, é graças a Jesus Cristo! O restante da humanidade, conforme citei no programa, permanece debaixo da ira de Deus! Surpreende-nos que o texto que assim nos revela seja exatamente o texto mais conhecido, e menos compreendido, das Escrituras, sobre o amor de Deus: João 3.16, 18 e 36!
4) Deus tem seus eleitos. Deus não está em paz com todos, mas somente com seus filhos amados e queridos , a quem escolheu e amou desde antes da fundação do mundo (Efésios 1.4,5), e redimiu no sangue de seu Filho Jesus Cristo, o qual é bendito eternamente, amém! Esquecidos, ignoramos que Deus opera neste mundo com vistas ao aperfeiçoamento dos Seus santos, ou seja, seus filhos eleitos. A Bíblia é clara, e nós "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. (Rom 8:28 ARA).
Em resumo, saber que Deus é soberano implica em dar sentido às nossas orações. Buscar o Deus que pode fazer e fará, buscar o Deus que sabe o propósito final dos acontecimentos deste mundo e os da minha vida; buscar o Deus que revela o azedume do sofrimento e a doçura na bonança só faz sentido se eu puder concluir que Ele é amor, um amor soberano e terrível, mas amor!
Ainda me comove a cena descrita por C.S. Lewis, transformada em filme, em "Crônicas de Nárnia", que parafraseando é algo do tipo: Quando lúcia vê ao longe Aslam, um Leão gigantesco, selvagem e indomável, que há ninguem se submete e que é impossível domesticar e segurar contra sua vontade, o Fauno lhe diz garantindo: "Não, ele não é doméstico, antes é mui selvagem... mas ele é bom!" Eu até posso não conseguir entender, não conseguir explicar; e eu também não sei o que de mal ou bem é destinado a mim... mas eu sei em quem eu tenho crido...
Comentários
Rev Paulo Sergio da Silva
3ª IPB de Barretos / SP.
Obs.: vou publicar este post no meu blog, ok?
Mande um abraço carinhoso a todos.
grato pelo encorajamento
"Oh profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como do conhecimento! Quão insondáveis são os teus juízos, e quão inescrutáveis os teus caminhos... Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém." Rm 11.33;36